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17 de outubro de 2016

#RESENHA Perdão, Leonard Peacock por Matthew Quick

https://www.skoob.com.br/livro/336529ED377249
Título: Perdão, Leonard Peacock.
Autor: Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Páginas: 224
Idioma: Português
ISBN: 8580573955
Ano de Lançamento: 2013


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SINOPSE: Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 

Essa foi a minha primeira experiência com Matthew Quick e eu adorei - li esse livro em poucas horas. A leitura é tão fluida que eu só pausei para beber água e ir ao banheiro.

A história vai ser contada em primeira pessoa pelo Leonard. De início, eu fiquei um pouco confusa com relação ao título, pois dá a entender que é alguém pedindo perdão ao Leonard e que seria uma história contada por outra pessoa. Acho que fizeram para confundir mesmo, já que o Perdão, Leonard Peacock é uma frase dele mesmo. É como quando a gente escreve um e-mail: Atenciosamente, fulano de tal. Entenderam? É essa a sacada e MUITA gente confundiu. 
Continuando, a história do livro se passa no aniversário de Leonard, ou seja, é narrado em 24 horas. A gente sabe que a intenção dele desde que acorda é entregar seus "presentes" para 4 pessoas, ir para a escola, matar um colega e depois se matar. Homicídio-suicídio. O tema é bem pesado mesmo.

Só que a gente fica se perguntando o que diabos aconteceu. Por que além de se matar, ele quer matar um colega? Essa interrogação não é revelada só no final, não. Ela é revelada lá pela metade do livro, então se acalmem. 
Quero dar para cada um algo que os faça se lembrar de mim. Para que saibam que eu realmente me preocupo com eles e que lamento não ter sido mais do que fui - não poder ter continuado por perto -,  que o que acontecerá hoje não é culpa deles.
Vi muita gente falando que não achou o "motivo" tão pesado assim e que ele exagerou. Meu filho, se você acha que o motivo não é o suficiente para qualquer pessoa no mundo se revoltar, quem tá precisando de um psicólogo e psiquiatra aqui é você e não Leonard. Não posso ficar falando muito do que é, porque soltar spoiler não é minha intenção. Mas eu fico REVOLTADA com as pessoas que menosprezam os sentimentos dos outros, a decepção, as tristeza, as situações. O que Leonard passou não foi bonito e nós não podemos banalizar a situação em hipótese nenhuma!
Mato você mais tarde - digo para o sujeito no espelho, e ele apenas olha de volta, como se mal pudesse esperar.
O desenvolver da história é muito fluida porque ao contrário de muitos livros que li sobre suicídio, Leonard quer ser ajudado. Ele quer que alguém, qualquer um, perceba e faça ele parar. Ele quer ser visto, ser entendido, e a gente consegue sentir o desespero dele. Eu claramente vi a depressão de Leonard nesses parágrafos. 
Faça alguma coisa! Qualquer coisa! Porque você inicia uma evolução, uma decisão de cada vez, toda vez que respira. Só não volte para aquele lugar miserável para onde vai todos os dias. Mostre-me que é possível ser adulto e também ser feliz. Por favor.
O livro contém várias citações bacanas de Hamlet e de filmes antigos, o que agregou ainda mais à leitura. Porém, eu senti falta de um final mais complexo. Um final com cara de final. Por isso tirei uma estrela. O final deixou muito a desejar. Deixou para que sua imaginação decidisse e eu odeio fins assim. Fins sem fins, entende?  

A diagramação está excelente. Quase não vi erros e as letras são grandes e espaçosas - a gente não precisa ficar estreitando os olhos ou ler com o livro a cinco cm do rosto. Enfim, recomendo muito esse livro.

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