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27 de setembro de 2017

#RESENHA - O ódio que você semeia por Angie Thomas

Título: O ódio que você semeia
Autora: Angie Thomas
Editora: Galera Record
Páginas: 378
Idioma: Português
ISBN: 8584421696
Ano de Lançamento: 2017
Skoob || Goodreads


Livro recebido em parceria com a editora

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SINOPSE: Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos.
Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial.
Não faça movimentos bruscos.
Deixe sempre as mãos à mostra.
Só fale quando te perguntarem algo. 
Seja obediente.
Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.
Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.
Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.
Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.



O ódio que você Semeia acompanha a história de Starr, uma adolescente negra que mora em um bairro problemático, mas que estuda em uma escola particular. Por causa dessa vida "dupla", ela tenta agir de acordo com o lugar onde ela está: se é na escola, falando sem gírias, agindo sem exageros e em casa e no seu bairro sendo quem ela é de verdade. 

Logo no começo, Starr está em uma festa no seu bairro a contragosto e depois de ouvir tiros, é salva por Khalil, um amigo de longa data que ela não vê faz um tempo. Eles saem da festa de carro e no meio do caminho são parados por um policial por causa da lanterna traseira quebrada. É aí que tudo dá errado e Khalil é assassinado na frente de Starr - tudo isso descrito em primeira pessoa por ela. O sentimento que tive durante a cena foi de revolta e me pegou de surpresa porque eu não tinha lido a sinopse logo antes de iniciar a leitura e ainda não estava familiarizada com os nomes dos personagens.

Senti revolta, tristeza, raiva e ódio porque eles não estavam fazendo nada de errado. Khalil foi morto simplesmente porque um policial achou que um movimento dele poderia custar a sua vida.


Depois disso Starr depõe e a gente tem aquela esperança de que o policial vai pagar pelo crime que cometeu. A verdade é que enquanto ela está depondo, ela é desacreditada e a agente põe palavras na sua boca, distorcendo o ocorrido.
Cada vez que estou inteira e de volta ao normal, acontece outra coisa que me despedaça, e sou obrigada a começar tudo de novo.
Ao longo da narrativa, Starr se sente presa ao fato de que ela precisa falar sobre isso abertamente, enquanto luta para superar a perda do amigo e aceitar que a culpa não foi dela, nem de Khalil, que a culpa não é de outra pessoa senão o policial.

Temos um livro munido de referências da cultura negra e vários relatos de violência policial contra negros que aconteceu de verdade nos EUA. Eu pesquisei todas as referências que foram mencionadas e achei fantástica a incorporação de fatos verídicos na história para que ela se tornasse impactante e ainda mais real.

Apesar de ser um livro importante, eu senti que muitas vezes Starr discriminava o namorado Chris e não só ele por ser branco, repetidamente insinuando que eles deveriam terminar por essa razão. Quanto mais penso nisso, mas me vem a cabeça sobre o quanto o racismo está enraizado na sociedade, a ponto de uma adolescente concluir que tem algo errado em ser protagonista de um relacionamento amoroso inter-racial.

O ódio que você semeia aborda temas importantes de forma brutalmente real e necessária como racismo, pobreza e criminalização. O preconceito é algo presente na vida de Starr e isso é mostrado não apenas com a morte injusta de Khalil, mas também em seu dia-a-dia com seus colegas de escola e em outras situações em que os policias estão presentes. Sempre é bom ressaltar que há policiais bons e que não dá pra generalizar, mas também não dá pra ignorar o alto índice de assassinato de jovens negros por policias brancos.

A coragem, determinação e mudança também tem seu papel importante nessa história, evidenciado principalmente pelo pai da Starr que era traficante, foi preso e deu a volta por cima - mas que ainda é subjugado pelos atos do passado de várias formas.
Sejam rosas que crescem no concreto.

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Um comentário :

  1. Oi, Anne. Esse é um livro que vou colocar na lista de prioridade por caus do tema, já que a história tem aquele fundo de verdade. O racismo infelizmente ainda existe de uma forma onde as pessoas ainda subjugam outras pela sua cor e raça, e isso é tão triste. Eu espero gostar da história.
    Beijos
    http://www.leitoraencantada.com/

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